quarta-feira, 14 de abril de 2010

12/04/2010

A feijoada ficou para o dia de hoje, mas também não saiu... Antes que perguntem...
Todos acordando cedo, coisas para fora dos carros, ajeita dali, amarra daqui, trava dali, e os carros vão sendo preparados para o despacho.
Uns arrumam os carros, outros seguem para o aeroporto comprar as passagens, o grupo se organiza, se divide, e vai cumprindo as tarefas propostas.
Arruma as malas, empacota tudo, e os carros seguem para a balsa.
Após deixar os carros no porto, seguimos para um restaurante, indicação do João do Jeep Clube, e almoçamos, este que seria o almoço de fechamento da expedição.
Mas já foi um almoço mais preocupado, com os compromissos de trabalho já na cabeça, já em ritmo de retorno ao trabalho, já com acesso aos fones celulares, emails, enfim, voltando ao mundo que conhecemos.
A noite, seguiríamos rumos parecidos, mas por companias aéreas diferentes. Voltamos para o Hotel, esperar a hora dos vôos, e a despedida foi ali, cada um que saia para viajar, passava despedindo-se dos amigos, e seguindo para o aeroporto.
Fica a alegria da vivência entre amigos, das amizades nascidas, da confiança nos companheiros de expedição.
Vamos esperar por novas aventuras, novas expedições, novas trilhas...
Vamos ver se na próxima sai a feijoada...

11/04/2010

Acordamos cedo, no intuito de visitar o Cabo Orange. Após várias conversas com os barqueiros, e com pessoas que já visitaram o local, nos relataram a dificuldade que seria. Além de viajar de 3 a 4 horas de barco, teria que ser um barco bom, com motor potente, teríamos nos últimos 40 ou 60 minutos, que enfrentar a pororoca, ondas de 1 metro de altura. Cortar todas essas ondas e torcer para que o barco não vire, e mais o custo da locação deste barco. Procuramos um avião, para locar e realizar uma visita aérea, mas numa cidade sem saneamento, transporte público, infra estrutura turística, bons hotéis, também não encontramos aviões para locação.
Desencantados com a cidade, e com o risco que seria seguir via aquática, resolvemos embarcar nos carros e iniciar nosso retorno.
Planejamos de pernoitar na cidade do Amapá, onde dormimos em nossa viagem de ida. Então viajamos com esse destino, e planejamos fazer uma feijoada no almoço, pois desde o início da expedição estava em nossos planos. Pensamos em fazer o almoço a beira de um Igarapé que havíamos gostado em nossa viagem de ida, mas o São Pedro desabou água, e em nossa passagem pelo local não havia condições de parada, então seguimos viagem.
A viagem seguiu, e acabamos passando pela cidade que pensamos pernoitar, seguindo direto a cidade de Macapá, procurando jantar na Peixaria Amazonia, local que nos deliciamos anteriormente com um ótimo almoço.
Acho que este é o jantar de finalização da expedição. Estamos aqui, os 7 reunidos, com o sentimento de dever cumprido, de realização, do fortalecimento das amizades que nasceram durante a expedição, sem o pensamento nos compromissos, na vida agitada que levamos, dos problemas que enfrentamos. Estamos aqui, amigos reunidos numa boa conversa, boas risadas e ótimas histórias.
Amanhã vamos despachar carros, comprar passagens, arrumar as coisas, e devagarinho, voltar ao Brasil que conhecemos.

domingo, 11 de abril de 2010

10/04/2010

Acordamos cedo, para novamente pegar a estrada, sabendo que havia pela frente mais de 250 km de estrada de chão, e como a experiência anterior não foi muito agradável, nos preparamos para a concretização do objetivo da expedição, a chegada a cidade do Oiapoque. Tomamos café na Pousada, onde nos serviram um suco de goiaba araçá. Um suco gostoso, de sabor exótico, mas que agradou a todos que provaram. A dona da pousada explicou que se tratava de uma fruta um pouco amarga, mas o suco estava ótimo e degustamo-lo, acompanhado de tapioca.
Seguimos em frente, almoçamos num pequeno restaurante as margens da BR (na estrada de chão) que leva ao Oiapoque. Alguns almoçaram, outros lancharam, e continuamos a viagem.
Chegamos ao Oiapoque por volta da 16:30h, fomos direto a um atracadouro de barcos de um amigo do pessoal do Jeep Clube, que acompanha a expedição, e aproveitamos para neste mesmo dia conhecer a Guiana Francesa, a cidade de Saint Georges, ou São Jorge, que é como os brasileiros que moram aqui no Oiapoque se referem a cidade.
Navegamos no Rio Oiapoque, rio que divide o Brasil da Guiana Francesa, num pequeno barco, para 12 pessoas, com motor de 40 HP, que foi lotado. Somos 11 no total, mais o barqueiro, fechou os 12.
Fomos, visitamos, e nos impressionamos. Nos impressionou a falta de estrutura, higiene, tintas na parede, enfim, fomos a Guiana e nem um cartão postal conseguimos comprar. Além do clima esquisito, a falta de estrutura para tudo, inclusive a turística, é uma coisa a se lamentar.
Tomamos uma cerveja inglesa, pois francesa não tinha, e voltamos ao Brasil.
Rodamos na cidade de Oiapoque em busca de um hotel, e presenciamos a falta de estrutura hoteleira, falta de um bom hotel, falta de um restaurante. Após uma melhor olhada na cidade, falta de saneamento básico, limpeza pública, não existe transporte coletivo, e por ai vai, a lista de coisas a construir, realizar ou melhorar nesta cidade, no extremo norte do Brasil, já no hemisfério norte do globo terrestre.
Visitamos 3 hotéis, e elegemos o “menos pior” para pernoitar.
Tínhamos em mente visitar o Parque Nacional do Cabo Orange, pois foi a inspiração para o nome da expedição. Programamos para acordar cedo e providenciar o transporte para todos, para a visitação.

09/04/2010

Desculpe a demora na atualização do blog.
Telefone não pega, orelhão (em certas localidades) é raridade ou não exite, internet é coisa raríssima, então não há como mantê-lo atualizado todo dia.
Mas conforme a possibilidade vou atualizando.
Abraço a todos!!
Beijos a minha esposa...
E obrigado pelo carinho!

09/04/2010

Logo pela manhã procuramos o pessoal do jeep clube local para nos auxiliar na indicação e escolha da oficina para os reparos, e fomos prontamente atendidos. O João, vice-presidente do Jeep Clube Macapá, veio até nós e nos acompanhou até as oficinas escolhidas, para dividir os carros entre as oficinas, buscando agilidade e rapidez nos reparos.
Almoçamos no restaurante Peixaria Amazonas, e nos deliciamos com Tucunaré, Pirarucu, camarão rosa e vários acompanhamentos, eleita a melhor refeição da expedição até o presente momento, sem querer ofender nosso cheff, que nos proporcionou ótimas experiências gastronômicas.
Voltamos à oficina, para concluir os carros, e recebemos a notícia que junto conosco seguiriam, rumo ao Oiapoque, o João, e o Papagaio. O Papagaio é um dos mecânicos conhecidos da cidade, experiente na manutenção de Jeeps, e amante do offr road.
Então a expedição voltou ao seu corpo original, com 5 carros a compondo, mas agora com integrantes diferentes dos originais.
Formamos o comboio e seguimos até a cidade do Amapá, cidade pequena, sem muita estrutura, onde pernoitamos na Pousada Cactus, com instalações simples, mas com bom ar condicionado. A estrada que liga as cidades de Macapá e Amapá é toda asfaltada, com um bom asfalto apesar do trafego pesado de caminhões.
Enfrentamos o dia sem grandes problemas, sendo o desafio do dia, encontrar um local para jantar em Amapá. Após algumas tentativas, lanchamos numa barraquinha da rua ao lado da única praça da cidade, lanche acompanhado de boa conversa e pelos novos integrantes da expedição.

08/04/2010

Nesta manhã o Sr Raimundo veio até nós com uma garrafa de café e alguns copos. Após o desjejum fomos de barco até a cachoeira, e ficamos muito impressionados pelo tamanho e volume de água. Não sei ao certo o volume, mas vou me informar e comparar com Foz do Iguaçu, pois há várias quedas, e uma delas muito parecida com a garganta do diabo, mas em menor escala. O barqueiro nos levou para fazer o passeio próximo as quedas, como existe em Foz, mas aqui era um pequeno barco de rio, com bordas muito baixas, um motor de rabeta, de pequena potência, e esse conjunto aumentou a emoção do passeio.
Sr Raimundo convidou-nos para visitar a vila e, especialmente, sua casa. Passeamos pela vila, que deve ter umas 10 casas, sentamos a varanda da casa dele, construída pelo projeto Jarí. Depois seguimos em direção aos carros, nos despedimos do simpático Raimundo Nonato, embarcamos nos carros e seguimos viagem, com destino a capital, do Amapá, a cidade de Macapá.
Pensamos que iria ser fácil, mas a saída da trilha nos reservou algumas aventuras, saímos a base de cabos de aço e guincho. Vencemos a trilha, os 27 km, num tempo aproximado de 3 horas. Pegamos a BR, sentido Macapá, faltando aproximadamente 210 km para o destino, sabíamos que a estrada era de chão, mas não com tantos buracos. Uma estrada difícil, com muitos buracos e “costelas” que dificultou nosso trajeto, atrasando nossa viagem, fazendo com que chegássemos a nosso destino por volta das 22:30h.
Hospedamos-nos no Hotel Macapá, na orla do Rio Amazonas, e em frente havia um quiosque servindo refeições. Ali foi o local escolhido para o jantar. Após ter dormido a noite passada em colchonetes e redes, durante o dia enfrentar a dureza da estrada, o deitar o corpo num bom colchão é uma notícia maravilhosa.
Além de nós, quem também sentiu a dureza da viagem foram os carros, os 3 apresentaram problemas na suspensão, chapas de proteção soltas, necessidades de reaperto de parafusos, entre outros itens a verificar na manhã seguinte.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

07/04/2010

Nos despedimos da cidade de Almerin, com uma bela vista do amanhecer do dia, as margens do Rio Amazonas. Seguimos a diante, com destino a cidade de Monte Dourado/PA, que faz divisa com a cidade de Laranjal do Jarí/AP. Essas duas cidades não são unidas, fisicamente, pois existe o rio da divisa do Pará com o Amapá, então, cruzando o rio, de balsa, já estaríamos no estado do Amapá. As cidades foram criadas pelo projeto Jarí, que na década de 80 revolucionou a região, mudando a vida dos ribeirinhos e criando essas duas novas cidades.
Chegamos 30 minutos adiantados do horário da balsa, e resolvemos aguardar ali mesmo. Havia pequenos bares nas proximidades do porto, e fomos conhecer um pouco as coisas por ali. Apesar da cidade ser toda projetada, com asfalto nas ruas, saneamento, etc e tal, existem coisas que a população local não conhece, como por exemplo: água mineral com gás. Um dos expedicionários foi até um desses bares e solicitou ao atendente que lhe fosse servido uma água mineral com gás. O atendente respondeu com uma pergunta e uma afirmação, com um ar de que quem lhe pedia tal coisa era louco, e disse o segunte: “gais?? Não existem água com gais!”. Então uma sem gás atendeu a sede de nosso expedicionário, mas a curiosidade do desconhecimento deles ficou como lição para nós.
Às 13:00h, a balsa pública, que faz a ligação entre as duas cidades, partiu, nos levando até o estado do Amapá. Paramos num posto de gasolina, pois segundo informações recebidas na balsa, o proprietário do posto é jeepeiro e poderia nos dar maiores informações. Ele não estava, e conseguimos um motoqueiro como guia para nossa expedição. Em nossa planilha, e segundo informações coletadas, a cachoeira de Santo Antonio ficava a 14 km da cidade de Laranjal do Jarí, mas na verdade são 60 km de estrada de terra, mais 27 km de trilha na mata. O pessoal da cidade não acreditava que estávamos indo para lá de carro. Não entendíamos bem o motivo de tanta admiração, mas resolvemos enfrentar a trilha e seguimos em frente.
Entramos na trilha próximo as 15:00h, após fazer o deslocamento dos 60 km até a entrada da trilha,um ramal madeireiro desativado, que hoje é usado por castanheiros, e seguimos por ela até sem grandes dificuldades. Mas a coisa foi complicando, a mata foi fechando, e concluímos que o motoqueiro foi crucial para nosso sucesso, pois além de ter várias encruzilhadas e bifurcações, a mata é fechada, ruim de se orientar, e havia mais de 30 arvores caídas, algumas com o topo da árvore na trilha, com muitos galhos, dificultando a limpeza para passar. Também tivemos um ataque de formigas, elas estão presentes nas maiorias das árvores caídas, mas em uma delas o ataque foi especial, tivemos que auxiliar os companheiros para tirá-las do corpo. A chuva foi outro fator complicador, deixando a estrada e pontes mais lisas, e a verificação da existência e da estrutura das pontes onde passaríamos ficou prejudicada com o cair da noite, pois boa parte da trilha, principalmente a parte mais complicada, foi feita a noite.
Chegamos com sucesso ao povoado de Santo Antonio da Cachoeira, por volta da 22:40, daí entendi o ar de admiração do povo da cidade, e para nossa sorte era quarta-feira. Na quarta eles desligam o gerador mais tarde para assistir ao futebol na TV. Em nossa chegada as luzes das casas estavam ligadas, e seguimos até a casa do morador mais antigo da localidade, Sr Raimundo Nonato, que gentilmente nos cedeu o salão comunitário para pernoitarmos, salão esse que atualmente é utilizado como igreja, pois o telhado da igreja está em reformas.
Logo que nos acomodamos as luzes apagaram, como já era previsto. Nesta noite eles atrasaram um pouco mais o desligamento da luz devido a nossa chegada. Nosso cheff preparou uma noite de queijos e vinhos, e jantamos a luz de velas. Sr Raimundo nos acompanhou durante o jantar e revelou que a aproximadamente 4 anos que não recebia uma visita de carro, e que na manhã seguinte iria contratar um pessoal para abrir a estrada para que pudesse chegar o material para reforma da igreja, pois eles tem acesso a cidade somente pelo rio. Então, em nossa diversão, acabamos fazendo uma boa ação. Agora a localidade tem acesso novamente a cidade (via estrada), e o serviço de limpeza da estrada foi feito gratuitamente.
Nesta noite garanto que todos dormiram bem, pois todos se esforçaram e trabalharam para que a expedição chegasse a localidade.